quinta-feira, 26 de maio de 2011

A Maior Flor do Mundo - I



Os alunos do 12.º ano, face ao desafio da prof. Paula Morais, elaboraram alguns comentários ao fime "A Maior Flor do Mundo" , relacionando a história aí contada com as interrogações retóricas finais:

“E se as histórias para crianças passassem a ser de leitura obrigatória para os adultos?
Seriam eles capazes de aprender realmente o que há tanto tempo têm andado a ensinar?”
José Saramago

A maior flor do mundo de Saramago

O conto A maior flor do Mundo, de José Saramago, revela-nos não só uma história emocionante, como também, e ao mesmo tempo, uma grande lição acerca de uma realidade mundial à vista de todos, mas ignorada por muitos.

Este conto inicia-se numa zona natural que está sendo progressivamente desflorestada; aí até uma pequena e única árvore plantada é arrancada e levada para um canteiro de uma casa. A partir daqui, é-nos possível constatar a intenção, pelas ferramentas e veículos de destruição, de dizimar por completo aquela floresta. O objetivo é edificar um condomínio de habitações de luxo. A partir daqui, inicia-se um novo capítulo na história. Assiste-se à aventura de uma criança, que corre e explora a floresta à procura do seu suposto escaravelho de estimação; até que chega à parte desflorestada e destruída, onde se depara com apenas uma pequena flor quase a secar e a morrer, no meio de todo aquele deserto e atrocidade humanas. Então, a criança resolve correr até ao rio para levar água à flor, repetindo este ato várias vezes para que esta rejuvenescesse e se salvasse. Para surpresa sua, a flor cresceu sem parar, assumindo um tamanho gigantesco, proporcional ao de toda a floresta.

Assim, esta história comovente, bem como o tamanho monstruoso da flor, é usado como sátira aos atos do Homem. Todo o conto tem como objetivo repreender as nossas ações que intensificam o aquecimento global e contribuem para a extinção de muitas espécies. O tamanho da flor representa um Mundo melhor e a salvo da própria raça humana se todos nós copiássemos o gesto daquela criança; representa aquilo que podíamos alcançar se, ao invés de maltratarmos o nosso planeta, o salvássemos poupando-o à destruição e à poluição a que o temos exposto ao longo dos séculos. De facto, é isto que os adultos tentam incutir nos mais novos. No entanto, a grande questão é saber o porquê de eles ensinarem estes valores, se no fundo, continuam a destruir o nosso planeta.

David Marinho n.º 15 12.º C

A maior flor do mundo de Saramago

A obra A maior flor de mundo de José Saramago mostra-nos a importância dos atos mais simples que cada ser humano concretiza.

A história trata da existência de uma árvore à beira de um girassol. Quando a árvore é tirada por um humano, para seu proveito próprio, o girassol começa a secar, até que um menino, que salta o muro da sua casa, rodeada por um deserto que futuramente iria ser uma urbanização, corre atrás de um escaravelho. Encontra-o perto de uma floresta parcialmente destruída; ao atravessá-la encontra lá o girassol no cimo de um monte, isolado pela falta do verde. Este menino encontra-o a morrer, corre para o rio no meio da floresta e traz, na sua mão, água para alimentar a pequena flor. Este percurso é feito imensas vezes, até que a pequena flor ganha vida e começa a crescer desmesuradamente. Ao fim de ir e voltar tantas vezes, o menino exausto acaba por adormecer à beira da flor e esta, em forma de “agradecimento”, deixa cair uma folha que cobre o menino e lhe dá conforto.

Os pais deste menino, quando não o veem em casa, vão à sua procura até que o encontram à beira do antigo pequeno girassol que se transformou num enorme girassol.

José Saramago não sabia escrever história para crianças, então apresenta esta história contada em plasticina para que o leitor/visionador pudesse apreciar e idealizar uma história à sua maneira, apercebendo-se do que faz no seu dia a dia. Saramago pretendeu mostrar aos adultos, principalmente, o quão necessário é prestar atenção aos pequenos gestos que fazem. A história mostra-nos a parte “egoísta” da humanidade, que acabou com toda a vegetação para construir casas, e ainda tirou a última árvore que restava no cimo de um monte para seu proveito próprio, por mero prazer.

As duas perguntas finais, que o escritor deixa para o leitor/visionador pensar, induzem-nos a meditar sobre se as histórias para crianças serão mesmo só para elas ou se também podem ensinar alguma coisa aos mais velhos, se podem dar lições de vida ou, como vimos no vídeo, mudar os nossos atos egoístas e pensar no que nos rodeia.

Provavelmente, era isto que o grande mestre Saramago pretendia, não dizer concretamente o que se passava, mas sim levar-nos a pensar no que se passava.

Isabel Saavedra n.º 20 12.º C




A maior flor do mundo de Saramago
De acordo com a minha perspetiva, os adultos não têm a mesma capacidade de leitura das crianças, pois a sua imaginação é, de facto, diferente.
A partir das interrogações retóricas que José Saramago coloca, nomeadamente sobre a forma como os adultos e as crianças leem os livros, percebemos que as interpretações são diferentes. Assim, enquanto a atenção da criança é despertada pelo escaravelho (do filme A maior flor do mundo), o adulto dedica a atenção a outros aspetos. José Saramago deixa um desafio às crianças e aos adultos: “tenho muita pena de não saber escrever histórias para crianças. Poderão contá-la doutra maneira com palavras mais simples do que as minhas. E talvez mais tarde venham a saber escrever histórias para crianças”.
Quando um escritor escreve histórias para crianças tem que ter a capacidade de pensar como elas, pois as crianças têm uma forma particular de as fruir: gostam de pensar e imaginar que estão dentro da história.
Em suma, as histórias para crianças devem ser lidas pelas próprias crianças, pois com a imaginação delas as histórias ganham vida, numa outra dimensão que os adultos nem sempre veem.
Ana Costa n.º 4 12.º C

A maior flor do mundo de Saramago
Os adultos e as crianças têm uma visão diferente do mundo, logo os adultos fazem uma interpretação da história diferente visto terem uma vida mais longa com mais experiências. O adulto já não acredita no ‘mundo encantado’ que a criança enfatiza. As crianças reparam em pormenores que um adulto provavelmente não repara, o que muda a interpretação da criança.
Na minha opinião, os livros para crianças deviam ser de leitura obrigatória para os adultos para que estes relembrassem um pouco da sua infância e se deixassem levar pelo ‘mundo encantado’.
Os adultos deviam valorizar a imaginação tal como as crianças, lendo livros infantis. A criança aprende com os adultos e vice-versa, talvez os livros infantis levassem à estimulação da imaginação do adulto pois ao longo dos anos estes perdem a imaginação, perdem as crenças no mundo bonito e colorido em que as crianças acreditam.
Ana Santos n.º 6 12.º C
A maior flor do mundo de Saramago
A Maior Flor do Mundo, conto de José Saramago, aborda a forma como os adultos encaram a literatura infantil. Saramago transforma-se numa personagem e conta-nos que uma vez teve uma ideia para um livro infantil. Inventou uma história sobre um menino que fez nascer a maior flor do mundo, quando este já se encontrava completamente devastado.
As frases citadas pelo autor assim como a sua narrativa revelam que os adultos se encontram incapazes de ensinar aquilo que um dia aprenderam. Tal facto irá levar as crianças a assumir o seu papel, se estes não fizerem nada para o impedir. Os adultos passam a preocupar-se apenas consigo próprios, ao contrário da nova geração que consegue ir mais além.
Saramago aconselha a leitura de livros infantis, como o seu, para que os adultos possam reaprender tudo aquilo que esqueceram, levando os pequenos a ser o que lhes compete sem assumir o papel dos mais crescidos.
Sandra Sousa n.º 24 12.º C

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