quinta-feira, 26 de maio de 2011

Oficina de Escrita - III

Os alunos do 12.º ano, face ao desafio da prof. Paula Morais, elaboraram alguns comentários ao fime "A Maior Flor do Mundo" , relacionando a história aí contada com as interrogações retóricas finais:

“E se as histórias para crianças passassem a ser de leitura obrigatória para os adultos?

Seriam eles capazes de aprender realmente o que há tanto tempo têm andado a ensinar?”

José Saramago


A maior flor do mundo de Saramago

No início do vídeo vemos o pai do menino a colher um pequeno arbusto na beira da estrada, deixando a flor, privando-a da sombra do arbusto de que ela necessita.

Logo, a flor começa a murchar por a luz do sol ser demasiado intensa. Quando a criança a encontra sente pena dela (empatia) e decide ajudá-la. Ao contrário de um adulto, que provavelmente não se aperceberia da flor, a criança, com muito esforço, força de vontade e perseverança, consegue salvá-la. O adulto passaria pela flor sem se dar conta do seu valor, continuaria a andar indiferente ao mundo que o rodeia, sem ver o bom das coisas e a sua beleza interior, visto ela não ter valor monetário e material. Pensamos que as crianças têm muito que aprender, contudo, se os adultos prestassem mais atenção às crianças, aprenderiam mais do que alguma vez julgaram possível. As crianças possuem uma sabedoria inata e única que os adultos não entendem. Os mais velhos já se esqueceram como é ser criança: já não conseguem aceder à criatividade e imaginação, a janela para a terra dos sonhos em que tudo é possível. Para tal basta simplesmente acreditar e foi porque o menino acreditou que a flor se tornou a maior do mundo. A maior parte de nós perde aquela inocência essencial que nos torna puros e bondosos, quando nos tornamos adultos. Faltam-nos os valores inatos das crianças como a humildade e solidariedade. Talvez se os adquiríssemos de novo, o mundo fosse melhor.

Penso que os adultos beneficiariam ao ler histórias para crianças, mas duvido que aprendessem muito, os adultos irão sempre ser adultos. A nossa opinião sobre livros para crianças não os valoriza, mas neles estão lições de moral e de vida indispensáveis ao nosso desenvolvimento como indivíduos e se os interpretássemos podia ser que fôssemos melhores pessoas.

Andreia Moreira nº6 12ºA

A maior flor do mundo de Saramago

De facto, um escritor de histórias para crianças tem que ser capaz de escrever com palavras simples, pois estas não são portadoras de um vocabulário vasto ou complicado. Estas histórias devem ser belas e conter uma moral de fácil compreensão, mas que cause um certo impacto no leitor de forma a que este mude as suas atitudes e pensamentos perante o mundo em que vive.

Contudo, é necessário equacionar o facto de se estes contos fossem impingidos aos adultos, estes seriam capazes de entender estas mensagens subliminares que há tanto tempo tentam ensinar às crianças.

De facto, os adultos são capazes de percebê-las, mas quando chega a altura de as pôr em prática já não são tão propensos a tal. São inúmeras as vezes que ouvimos dizer que devemos proteger o ambiente pois esse é o nosso habitat, ou que devemos respeitar a natureza pois é ela que nos permite a sobrevivência... mas a cada dia que passa o que realmente ocorre é completamente o inverso. O ser humano tem desprezado a sua casa tornando-a num local sujo, poluído e tem dizimado os seus recursos. Também nos dizem que quando tiramos algo, devemos substituí-lo por algo de valor equivalente, como se de uma troca se tratasse, para que o equilíbrio se mantenha. Mais uma vez isso não se traduz na atitude da raça humana perante o planeta. Retiramos tudo o que precisamos dele, sem uma única vez agradecermos o privilégio que é poder viver num mundo capaz de nos sustentar, sem pensar que um dia poderá não o fazer mais pois exploramo-lo até ao limite das suas reservas naturais.

Então, a pergunta mantém-se. Se os adultos tentam ensinar às crianças como agir, torna-se inexplicável o facto de eles não atuarem conforme o que lecionam. O ser humano parece não conseguir compreender as suas próprias histórias para crianças.

Tiago Rodrigues n.º 18 12.º A


A maior flor do mundo de Saramago

A maior flor do mundo, de José Saramago, retrata a história de um menino, corajoso e audaz, que faz tudo para salvar uma flor, atravessando assim a floresta em busca de água para a planta murcha, vindo esta a tornar-se, no final, a mais bela e a maior do mundo.

Assim, as interrogações retóricas finais funcionam, juntamente com este conto, como uma moral, pois os ensinamentos transmitidos às crianças pelos adultos influenciam o seu comportamento.

Mas, por vezes, os adultos esquecem-se de que os valores mais simples que ensinam podem ser bastante valiosos, ou seja, que “pequenos” gestos, como o do menino, fazem com que um ato tão puro e inocente possa mudar a vida e o rumo de um ser.

Porém, estes ensinamentos haviam de estar presentes no nosso dia a dia e não serem rejeitados, pois, e em comparação com o conto, uma simples e sincera atitude de uma criança fez com que brotasse a maior flor do mundo.

Por este motivo é que as histórias para crianças deviam “ser de leitura obrigatória para os adultos”, para que estes não se esquecessem dos valores mais importantes e pudessem, assim, aplicá-los nas suas vidas.

Joana Barbosa n.º 13 12.º A


A maior flor do mundo de Saramago

De facto, por vezes os adultos tentam ensinar às crianças algumas lições que nem eles mesmos põem em prática.

Na história contada no filme constata-se que o que se pretende ensinar é que as plantas devem ser preservadas e cuidadas por todos. Isto é exatamente o contrário do que é feito pelos pais do menino que arrancam a árvore do seu meio natural. Ao contrário destes, a criança esforça-se por salvar uma pequena flor, sendo recompensado por ela. Os pais do menino não estavam a praticar as ações que querem que o seu filho aprenda.

Então, verifica-se que, de facto, os adultos teriam e têm uma certa dificuldade em aplicar no seu dia a dia as lições que tentam ensinar aos mais novos e que vêm retratadas também nos livros infantis. Por isso mesmo, seria de grande utilidade que os livros para crianças fossem lidos por todos os adultos.

Bárbara Martins nº8 12ºA

A maior flor do mundo de Saramago

Toda a criança tem a capacidade de sonhar e imaginar bem mais alto que qualquer adulto, pois olha para a vida como algo com facilidades e onde todos os problemas se tornam meros desafios que ela procura resolver com todo o prazer. Quando cresce e se torna adulta, a criança perde a capacidade de sonhar, cuidar, etc.

Outra característica das crianças é o fator humildade. Uma vez puras e inocentes, as crianças acatam e guardam todos os ensinamentos que o adulto, que elas mais prezam e reconhecem, lhes dá; o que, de certa forma, irá formar o seu caráter.

Quando crescem e se tornam adultas, o orgulho toma o lugar daquele coração que guardava tudo o que aprendia e ouvia. Também vemos que, no seu dia a dia, o adulto revela que tudo o que ensina às crianças, sejam regras sociais, comportamentais e morais, cai no esquecimento. Daí a pergunta retórica do autor.

Enquanto as crianças são bem objetivas e simples, os adultos complicam e problematizam as situações, anulando tudo o que ensinam às crianças.

É essa a descrição e a diferença entre as crianças e os adultos, por isso, os adultos deviam ser como as crianças, ou no mínimo, praticar o que lhes ensinam.

Bárbara Neto, nº9, 12ºA

Oficina de Escrita - II

Os alunos do 12.º ano, face ao desafio da prof. Paula Morais, elaboraram alguns comentários ao fime "A Maior Flor do Mundo" , relacionando a história aí contada com as interrogações retóricas finais:
“E se as histórias para crianças passassem a ser de leitura obrigatória para os adultos?
Seriam eles capazes de aprender realmente o que há tanto tempo têm andado a ensinar?”
José Saramago



A maior flor do mundo de Saramago

A maior flor do mundo é, sem dúvida, para quem a sabe ler, uma das melhores histórias para crianças e adultos. É um conto para todas as idades que mostra às crianças a beleza da Natureza e aos adultos relembra a infância.

Saramago arriscou, através deste conto, a sua capacidade para escrever para um público tão exigente como as crianças. Ao contarmos esta história a uma criança acompanhada pelos seus pais, sem dúvida que ela irá ter uma opinião muito diferente da dos adultos.

Para ela, esta seria uma história de uma flor que devido à falta de água estava prestes a morrer e, por isso, era urgente saciar-lhe a sede.

Para os pais seria um conto de uma flor que está a morrer, tal como muitas outras, devido à poluição e outras consequências que as atividades antropóticas provocam. Os pais associaram à história uma série de causas e consequências para a flor estar assim.

A diferença entre estas duas visões é que a criança, devido à sua inocência, limita-se a apurar os factos, enquanto os pais tentam arranjar mil e uma maneiras de justificá-los. No entanto, a visão pura das crianças leva os adultos a pensar e a refletir nas histórias, neste conto em especial. Os adultos, por vezes, esquecem-se que também já foram crianças, que não há mal nenhum em apenas viver e sentir como elas. Se é isso que os pais ensinam aos filhos, então eles devem também seguir estes ensinamentos e escutar a voz das crianças, pois estas têm muito para nos ensinar.

Em suma, as perguntas feitas por Saramago são totalmente pertinentes. As histórias que lemos às crianças devem ser lidas por nós primeiramente, pois ensinam muito mais aos adultos do que às crianças. Não só devemos ler estas histórias, como devemos também deixar que as crianças nos contem as suas histórias que, por vezes, são autênticas lições de vida prontas a ser escutadas.

Ana Rodrigues nº1 12ºB

A maior flor do mundo de Saramago

Esta história mostra-nos que a nossa pequenez só o é realmente se nos conformarmos com essa ideia. É verdade que ninguém consegue mudar o mundo sozinho, mas é possível melhorá-lo através de pequenos gestos ao alcance de qualquer um. Muitos de nós fomos descobrindo aos poucos que esse grande sonho não pode ser concretizado e acabamos por nos resignar, mas esquecemo-nos que podemos melhorar outras pequenas coisas que iriam certamente melhorar muitas vidas.

O que este menino fez foi exatamente o que qualquer adulto não faria perante a mesma situação; pois um adulto se não conseguisse salvar toda a floresta diria que não valeria a pena fazer nada. Pelo contrário, este menino, ao ver grande parte da floresta destruída e apesar de obviamente não estar ao seu alcance salvar todas aquelas árvores, decidiu começar por uma pequena e triste planta que se encontrava sozinha. Mesmo sabendo que teria de fazer grandes esforços para a salvar em face de toda aquela imensidão, não desanimou e fez tudo o que pôde. O resultado foi francamente inesperado, mas mais que justo para o esforço de um pequeno mas grande menino.

Em suma, em toda a nossa vida sempre houve e sempre haverá lições a serem aprendidas, quem sabe se aqueles velhos lápis de cor não nos servirão para desenhar a nossa casa de futuro.

Paula Santos n.º 9 12.º B

A Maior Flor do Mundo - I



Os alunos do 12.º ano, face ao desafio da prof. Paula Morais, elaboraram alguns comentários ao fime "A Maior Flor do Mundo" , relacionando a história aí contada com as interrogações retóricas finais:

“E se as histórias para crianças passassem a ser de leitura obrigatória para os adultos?
Seriam eles capazes de aprender realmente o que há tanto tempo têm andado a ensinar?”
José Saramago

A maior flor do mundo de Saramago

O conto A maior flor do Mundo, de José Saramago, revela-nos não só uma história emocionante, como também, e ao mesmo tempo, uma grande lição acerca de uma realidade mundial à vista de todos, mas ignorada por muitos.

Este conto inicia-se numa zona natural que está sendo progressivamente desflorestada; aí até uma pequena e única árvore plantada é arrancada e levada para um canteiro de uma casa. A partir daqui, é-nos possível constatar a intenção, pelas ferramentas e veículos de destruição, de dizimar por completo aquela floresta. O objetivo é edificar um condomínio de habitações de luxo. A partir daqui, inicia-se um novo capítulo na história. Assiste-se à aventura de uma criança, que corre e explora a floresta à procura do seu suposto escaravelho de estimação; até que chega à parte desflorestada e destruída, onde se depara com apenas uma pequena flor quase a secar e a morrer, no meio de todo aquele deserto e atrocidade humanas. Então, a criança resolve correr até ao rio para levar água à flor, repetindo este ato várias vezes para que esta rejuvenescesse e se salvasse. Para surpresa sua, a flor cresceu sem parar, assumindo um tamanho gigantesco, proporcional ao de toda a floresta.

Assim, esta história comovente, bem como o tamanho monstruoso da flor, é usado como sátira aos atos do Homem. Todo o conto tem como objetivo repreender as nossas ações que intensificam o aquecimento global e contribuem para a extinção de muitas espécies. O tamanho da flor representa um Mundo melhor e a salvo da própria raça humana se todos nós copiássemos o gesto daquela criança; representa aquilo que podíamos alcançar se, ao invés de maltratarmos o nosso planeta, o salvássemos poupando-o à destruição e à poluição a que o temos exposto ao longo dos séculos. De facto, é isto que os adultos tentam incutir nos mais novos. No entanto, a grande questão é saber o porquê de eles ensinarem estes valores, se no fundo, continuam a destruir o nosso planeta.

David Marinho n.º 15 12.º C

A maior flor do mundo de Saramago

A obra A maior flor de mundo de José Saramago mostra-nos a importância dos atos mais simples que cada ser humano concretiza.

A história trata da existência de uma árvore à beira de um girassol. Quando a árvore é tirada por um humano, para seu proveito próprio, o girassol começa a secar, até que um menino, que salta o muro da sua casa, rodeada por um deserto que futuramente iria ser uma urbanização, corre atrás de um escaravelho. Encontra-o perto de uma floresta parcialmente destruída; ao atravessá-la encontra lá o girassol no cimo de um monte, isolado pela falta do verde. Este menino encontra-o a morrer, corre para o rio no meio da floresta e traz, na sua mão, água para alimentar a pequena flor. Este percurso é feito imensas vezes, até que a pequena flor ganha vida e começa a crescer desmesuradamente. Ao fim de ir e voltar tantas vezes, o menino exausto acaba por adormecer à beira da flor e esta, em forma de “agradecimento”, deixa cair uma folha que cobre o menino e lhe dá conforto.

Os pais deste menino, quando não o veem em casa, vão à sua procura até que o encontram à beira do antigo pequeno girassol que se transformou num enorme girassol.

José Saramago não sabia escrever história para crianças, então apresenta esta história contada em plasticina para que o leitor/visionador pudesse apreciar e idealizar uma história à sua maneira, apercebendo-se do que faz no seu dia a dia. Saramago pretendeu mostrar aos adultos, principalmente, o quão necessário é prestar atenção aos pequenos gestos que fazem. A história mostra-nos a parte “egoísta” da humanidade, que acabou com toda a vegetação para construir casas, e ainda tirou a última árvore que restava no cimo de um monte para seu proveito próprio, por mero prazer.

As duas perguntas finais, que o escritor deixa para o leitor/visionador pensar, induzem-nos a meditar sobre se as histórias para crianças serão mesmo só para elas ou se também podem ensinar alguma coisa aos mais velhos, se podem dar lições de vida ou, como vimos no vídeo, mudar os nossos atos egoístas e pensar no que nos rodeia.

Provavelmente, era isto que o grande mestre Saramago pretendia, não dizer concretamente o que se passava, mas sim levar-nos a pensar no que se passava.

Isabel Saavedra n.º 20 12.º C




A maior flor do mundo de Saramago
De acordo com a minha perspetiva, os adultos não têm a mesma capacidade de leitura das crianças, pois a sua imaginação é, de facto, diferente.
A partir das interrogações retóricas que José Saramago coloca, nomeadamente sobre a forma como os adultos e as crianças leem os livros, percebemos que as interpretações são diferentes. Assim, enquanto a atenção da criança é despertada pelo escaravelho (do filme A maior flor do mundo), o adulto dedica a atenção a outros aspetos. José Saramago deixa um desafio às crianças e aos adultos: “tenho muita pena de não saber escrever histórias para crianças. Poderão contá-la doutra maneira com palavras mais simples do que as minhas. E talvez mais tarde venham a saber escrever histórias para crianças”.
Quando um escritor escreve histórias para crianças tem que ter a capacidade de pensar como elas, pois as crianças têm uma forma particular de as fruir: gostam de pensar e imaginar que estão dentro da história.
Em suma, as histórias para crianças devem ser lidas pelas próprias crianças, pois com a imaginação delas as histórias ganham vida, numa outra dimensão que os adultos nem sempre veem.
Ana Costa n.º 4 12.º C

A maior flor do mundo de Saramago
Os adultos e as crianças têm uma visão diferente do mundo, logo os adultos fazem uma interpretação da história diferente visto terem uma vida mais longa com mais experiências. O adulto já não acredita no ‘mundo encantado’ que a criança enfatiza. As crianças reparam em pormenores que um adulto provavelmente não repara, o que muda a interpretação da criança.
Na minha opinião, os livros para crianças deviam ser de leitura obrigatória para os adultos para que estes relembrassem um pouco da sua infância e se deixassem levar pelo ‘mundo encantado’.
Os adultos deviam valorizar a imaginação tal como as crianças, lendo livros infantis. A criança aprende com os adultos e vice-versa, talvez os livros infantis levassem à estimulação da imaginação do adulto pois ao longo dos anos estes perdem a imaginação, perdem as crenças no mundo bonito e colorido em que as crianças acreditam.
Ana Santos n.º 6 12.º C
A maior flor do mundo de Saramago
A Maior Flor do Mundo, conto de José Saramago, aborda a forma como os adultos encaram a literatura infantil. Saramago transforma-se numa personagem e conta-nos que uma vez teve uma ideia para um livro infantil. Inventou uma história sobre um menino que fez nascer a maior flor do mundo, quando este já se encontrava completamente devastado.
As frases citadas pelo autor assim como a sua narrativa revelam que os adultos se encontram incapazes de ensinar aquilo que um dia aprenderam. Tal facto irá levar as crianças a assumir o seu papel, se estes não fizerem nada para o impedir. Os adultos passam a preocupar-se apenas consigo próprios, ao contrário da nova geração que consegue ir mais além.
Saramago aconselha a leitura de livros infantis, como o seu, para que os adultos possam reaprender tudo aquilo que esqueceram, levando os pequenos a ser o que lhes compete sem assumir o papel dos mais crescidos.
Sandra Sousa n.º 24 12.º C