Os alunos do 12.º ano, face ao desafio da prof. Paula Morais, elaboraram alguns comentários ao fime "A Maior Flor do Mundo" , relacionando a história aí contada com as interrogações retóricas finais:
“E se as histórias para crianças passassem a ser de leitura obrigatória para os adultos?
Seriam eles capazes de aprender realmente o que há tanto tempo têm andado a ensinar?”
José Saramago
No início do vídeo vemos o pai do menino a colher um pequeno arbusto na beira da estrada, deixando a flor, privando-a da sombra do arbusto de que ela necessita.
Logo, a flor começa a murchar por a luz do sol ser demasiado intensa. Quando a criança a encontra sente pena dela (empatia) e decide ajudá-la. Ao contrário de um adulto, que provavelmente não se aperceberia da flor, a criança, com muito esforço, força de vontade e perseverança, consegue salvá-la. O adulto passaria pela flor sem se dar conta do seu valor, continuaria a andar indiferente ao mundo que o rodeia, sem ver o bom das coisas e a sua beleza interior, visto ela não ter valor monetário e material. Pensamos que as crianças têm muito que aprender, contudo, se os adultos prestassem mais atenção às crianças, aprenderiam mais do que alguma vez julgaram possível. As crianças possuem uma sabedoria inata e única que os adultos não entendem. Os mais velhos já se esqueceram como é ser criança: já não conseguem aceder à criatividade e imaginação, a janela para a terra dos sonhos em que tudo é possível. Para tal basta simplesmente acreditar e foi porque o menino acreditou que a flor se tornou a maior do mundo. A maior parte de nós perde aquela inocência essencial que nos torna puros e bondosos, quando nos tornamos adultos. Faltam-nos os valores inatos das crianças como a humildade e solidariedade. Talvez se os adquiríssemos de novo, o mundo fosse melhor.
Penso que os adultos beneficiariam ao ler histórias para crianças, mas duvido que aprendessem muito, os adultos irão sempre ser adultos. A nossa opinião sobre livros para crianças não os valoriza, mas neles estão lições de moral e de vida indispensáveis ao nosso desenvolvimento como indivíduos e se os interpretássemos podia ser que fôssemos melhores pessoas.
Andreia Moreira nº6 12ºA
A maior flor do mundo de Saramago
De facto, um escritor de histórias para crianças tem que ser capaz de escrever com palavras simples, pois estas não são portadoras de um vocabulário vasto ou complicado. Estas histórias devem ser belas e conter uma moral de fácil compreensão, mas que cause um certo impacto no leitor de forma a que este mude as suas atitudes e pensamentos perante o mundo em que vive.
Contudo, é necessário equacionar o facto de se estes contos fossem impingidos aos adultos, estes seriam capazes de entender estas mensagens subliminares que há tanto tempo tentam ensinar às crianças.
De facto, os adultos são capazes de percebê-las, mas quando chega a altura de as pôr em prática já não são tão propensos a tal. São inúmeras as vezes que ouvimos dizer que devemos proteger o ambiente pois esse é o nosso habitat, ou que devemos respeitar a natureza pois é ela que nos permite a sobrevivência... mas a cada dia que passa o que realmente ocorre é completamente o inverso. O ser humano tem desprezado a sua casa tornando-a num local sujo, poluído e tem dizimado os seus recursos. Também nos dizem que quando tiramos algo, devemos substituí-lo por algo de valor equivalente, como se de uma troca se tratasse, para que o equilíbrio se mantenha. Mais uma vez isso não se traduz na atitude da raça humana perante o planeta. Retiramos tudo o que precisamos dele, sem uma única vez agradecermos o privilégio que é poder viver num mundo capaz de nos sustentar, sem pensar que um dia poderá não o fazer mais pois exploramo-lo até ao limite das suas reservas naturais.
Então, a pergunta mantém-se. Se os adultos tentam ensinar às crianças como agir, torna-se inexplicável o facto de eles não atuarem conforme o que lecionam. O ser humano parece não conseguir compreender as suas próprias histórias para crianças.
Tiago Rodrigues n.º 18 12.º A
A maior flor do mundo de Saramago
A maior flor do mundo, de José Saramago, retrata a história de um menino, corajoso e audaz, que faz tudo para salvar uma flor, atravessando assim a floresta em busca de água para a planta murcha, vindo esta a tornar-se, no final, a mais bela e a maior do mundo.
Assim, as interrogações retóricas finais funcionam, juntamente com este conto, como uma moral, pois os ensinamentos transmitidos às crianças pelos adultos influenciam o seu comportamento.
Mas, por vezes, os adultos esquecem-se de que os valores mais simples que ensinam podem ser bastante valiosos, ou seja, que “pequenos” gestos, como o do menino, fazem com que um ato tão puro e inocente possa mudar a vida e o rumo de um ser.
Porém, estes ensinamentos haviam de estar presentes no nosso dia a dia e não serem rejeitados, pois, e em comparação com o conto, uma simples e sincera atitude de uma criança fez com que brotasse a maior flor do mundo.
Por este motivo é que as histórias para crianças deviam “ser de leitura obrigatória para os adultos”, para que estes não se esquecessem dos valores mais importantes e pudessem, assim, aplicá-los nas suas vidas.
Joana Barbosa n.º 13 12.º A
A maior flor do mundo de Saramago
De facto, por vezes os adultos tentam ensinar às crianças algumas lições que nem eles mesmos põem em prática.
Na história contada no filme constata-se que o que se pretende ensinar é que as plantas devem ser preservadas e cuidadas por todos. Isto é exatamente o contrário do que é feito pelos pais do menino que arrancam a árvore do seu meio natural. Ao contrário destes, a criança esforça-se por salvar uma pequena flor, sendo recompensado por ela. Os pais do menino não estavam a praticar as ações que querem que o seu filho aprenda.
Então, verifica-se que, de facto, os adultos teriam e têm uma certa dificuldade em aplicar no seu dia a dia as lições que tentam ensinar aos mais novos e que vêm retratadas também nos livros infantis. Por isso mesmo, seria de grande utilidade que os livros para crianças fossem lidos por todos os adultos.
Bárbara Martins nº8 12ºA
A maior flor do mundo de Saramago
Toda a criança tem a capacidade de sonhar e imaginar bem mais alto que qualquer adulto, pois olha para a vida como algo com facilidades e onde todos os problemas se tornam meros desafios que ela procura resolver com todo o prazer. Quando cresce e se torna adulta, a criança perde a capacidade de sonhar, cuidar, etc.
Outra característica das crianças é o fator humildade. Uma vez puras e inocentes, as crianças acatam e guardam todos os ensinamentos que o adulto, que elas mais prezam e reconhecem, lhes dá; o que, de certa forma, irá formar o seu caráter.
Quando crescem e se tornam adultas, o orgulho toma o lugar daquele coração que guardava tudo o que aprendia e ouvia. Também vemos que, no seu dia a dia, o adulto revela que tudo o que ensina às crianças, sejam regras sociais, comportamentais e morais, cai no esquecimento. Daí a pergunta retórica do autor.
Enquanto as crianças são bem objetivas e simples, os adultos complicam e problematizam as situações, anulando tudo o que ensinam às crianças.
É essa a descrição e a diferença entre as crianças e os adultos, por isso, os adultos deviam ser como as crianças, ou no mínimo, praticar o que lhes ensinam.
Bárbara Neto, nº9, 12ºA